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"Você entendeu errado"
"Antes do primeiro soco, vieram as distorções."
Quando uma mulher apanha, o mundo se choca.
Mas quase ninguém fala sobre tudo o que ela já vinha engolindo antes.
Porque a violência raramente começa com grito. Ela começa no silêncio.
Nas frases soltas que te diminuem.
No riso debochado quando você se entristece.
Na mentira que você descobre — e que, de repente, vira culpa sua.
Você diz que algo te machucou e ouve:
“Você entendeu tudo errado.”
Questiona o comportamento dele e escuta:
“Você é louca, tá inventando coisa.”
Diz que não se sentiu respeitada e ele rebate:
“Você é muito sensível, exagera demais.”
Isso é gaslighting.
Uma forma de abuso psicológico que distorce a sua percepção da realidade.
Faz você duvidar daquilo que viveu, sentiu e presenciou.
E, aos poucos, você deixa de confiar em si.
Começa a se perguntar se está mesmo vendo o que viu.
Se está exagerando.
Se talvez ele tenha razão.
E esse é exatamente o ponto:
quando você começa a duvidar de si, ele não precisa mais te controlar — você faz isso por ele.
É por isso que esse tipo de relação cria uma dependência emocional profunda.
Não porque você é fraca.
Mas porque está presa num ciclo em que o medo se disfarça de amor e a ansiedade vira rotina.
Você ama — e ama de verdade.
Quer ser amada, quer que funcione, quer que ele mude.
Você insiste não porque aceita pouco, mas porque acredita demais.
Você continua porque ainda tem esperança.
Você ama, e ele manipula.
Você entrega, e ele cobra.
Você tenta conversar, ele distorce.
É controle emocional travestido de afeto. Manipulação emocional.
E é por isso que sair é tão difícil.
Mesmo quando você sabe que está sendo machucada, tem algo dentro que ainda te prende.
Esse algo é a dependência construída pelo medo, pela manipulação, pela esperança de que um dia será diferente.
Por isso, você precisa de apoio. Precisa de terapia.
Porque você merece ter alguém ao seu lado que segure sua mão — sem te puxar, sem te empurrar, mas te lembrar quem você é.
Alguém que valide o que você sentiu, que te ajude a reorganizar sua percepção de realidade, que te fortaleça.
Sair desse ciclo não é só um ato de coragem.
É um processo interno de reconstrução emocional.
E você não precisa fazer isso sozinha.
Outro passo importante: registre.
Escreva. Documente.
Cada vez que ele distorcer a verdade, coloque no papel o que realmente aconteceu.
Esse exercício é mais do que desabafo — é sobrevivência emocional.
Vai te lembrar da sua verdade quando ele tentar apagar sua memória emocional.
E quando possível, busque projetos de acolhimento e empoderamento.
O trabalho da Kyra Gracie, por exemplo, vai além da defesa física — é sobre reconhecer seus limites, sobre reocupar seu corpo, sobre confiar na sua força.
E sim, se você se sentir pronta, denuncie.
Ligue 180.
Peça ajuda.
Não porque você quer punição. Mas porque você quer viver. E viver em paz.
Se hoje não dá pra sair, tudo bem.
Mas que esse texto seja o começo da sua volta pra si.
Voltar a confiar na sua intuição.
Voltar a reconhecer que sentir tristeza, raiva, frustração é legítimo.
Que suas emoções são bússolas, e não exageros.
Aqui na Likxy, a gente fala sobre brilho, sobre prazer, sobre beleza.
Mas isso não é só sobre estética.
É sobre se olhar no espelho e voltar a se enxergar.
É sobre viver em um corpo que é seu — e que você sente orgulho de habitar.
Se ninguém te disse isso hoje:
Você não é exagerada. Não é difícil. Não está louca.
Você está vivendo algo confuso, profundo e difícil.
Mas você pode sair. E você merece sair.
Com amor. Com acolhimento. E no seu tempo.